A depressão pós-parto pode acometer até 20% das mulheres. Os sintomas geralmente aparecem entre a quarta e oitava semana após o nascimento da criança e incluem humor deprimido ou irritado, insônia ou hipersonia, alterações do apetite, alterações cognitivas e cognições negativas em relação à maternidade e ao bebê. Suas consequências atingem a família como um todo, além do prejuízo social e ocupacional. Filhos de mulheres que tiveram depressão pós-parto não tratada podem apresentar atraso no desenvolvimento da fala, psicomotor, além de alterações de comportamento e atraso no desenvolvimento cognitivo.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de depressão pós-parto são baixo nível socioeconômico, estressores durante a gestação, gestação e parto complicados, relacionamento difícil com a parceria, falta de suporte social, transtorno psiquiátrico prévio, gestação não planejada, depressão gestacional e história de abuso sexual.
A principal dificuldade no diagnóstico da depressão pós-parto é o fato de muitos sintomas serem próprios do período puerperal como cansaço, dificuldade para conciliar o sono e labilidade afetiva. Além disso, no contexto social no qual vivemos, a maternidade feliz ainda é o imperativo e muitas mulheres têm medo de falar sobre suas dificuldades nesse momento de vida.
O tratamento envolve o diagnóstico correto e em casos leves a moderados, a psicoterapia está indicada. Nos casos moderados a graves, o uso de psicotrópicos pode ser associado. Muitos psicotrópicos podem ser utilizados durante a amamentação sem colocar em risco o bem-estar da criança.